Ontem fui ver aquele filme dos cowboys! Foi o máximo! Nem devia estar aqui a contar isto, mas eu, a Cilinha e a Fernanda metemos baixa e fomos ao Corte Ingles à tarde! Nós nunca tínhamos visto filmes de homens com homens e estávamos cheias de curiosidade, e os miúdos pareciam giros nos cartazes.
Por acaso, que mal empregados! O loiro era mais giro, tinha mais ar de homem. Quero dizer, ele é que era o homem do casal. Mas a Cilinha até gostou mais do outro. Muito puto. E até acho que foi ele que desviou o outro, que estava noivo de uma mulher.
As cenas de sexo meteram-me impressão. De resto, era um casal igual a outro qualquer. Mas, para ser sincera, acho que o realizador não percebe muito de gays. Por exemplo, nenhum era assim muito feminino, e toda a gente sabe que pelo menos um deles tem de fazer de mulher a sério. Por exemplo, o Zé Manel e o Rui, que têm um salão em Almada, o Zé Manel não engana ninguém! Anda de calça transparente, fio dental e avental e ouvi dizer que sempre que vai a congressos leva o Rui com ele porque é muito assediado. Do Rui não se topa nada. É, portanto, o homem.
Mas voltando ao filme, para ser sincera nem gostei assim muito. Era chato e comprido! Durou duas horas! Mal tivemos tempo para a seguir ver as novidades da colecção de Verão e eu até preciso de umas camisas.
Ah, não contei que o meu marido não soube de nada! Ele tinha-me proibido de ver o filme, e disse que lá em casa ninguém via filmes de rabetas! Mas nós estávamos louquinhas para ver como era! Fiquei com pena das mulheres deles, coitadas, especialmente daquela que vê o marido a dar um grande beijo no outro. Isso é que dá que pensar...Mas eu meto as mãos pelo meu homem. Nunca me faltou com nada, e, se às vezes é um bocado bruto, é porque é muito homem.
Ana Burra